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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

TODA A CURA PARA TODO O MAL II

A primeira vez em que o Tylenol foi utilizado foi há muito tempo atrás, numa galáxia distante, mais exatamente depois que Darth Vader cortou a mão de Luke “eu sou seu pai” Skywalker. O pirralho sentiu tanta dor que entornou um frasco inteiro goela abaixo. Por aqui, depois que Deus construiu o mundo em 6 dias, tomou Tylenol para descansar. Obviamente, isso não consta na Bíblia tal qual a conhecemos, mas certamente encontra-se em um livro apócrifo esquecido em algum porão do Vaticano. Posteriormente, quando Moisés, autor dos cinco primeiros livros do Velho Testamento, conduzia seu povo até a Terra Prometida, Deus fez chover Tylenol que, naquela época, ainda se chamava maná.

Muitos séculos depois, Napoleão recusava-se a tomar o medicamente pensando que algum inimigo pudesse envenená-lo. Por conta de sua resistência, o pobre coitado viveu a vida inteira com a mão no estômago, sentindo terríveis dores. Hitler também não tomava Tylenol e tornou-se amargurado, fazendo o que vocês sabem o que ele fez. Por sua vez, Albert Einstein tomou Tylenol em excesso e, até hoje, parte de seu cérebro permanece guardada em uma solução feita à base de Tylenol para que sua consciência, ainda que inconsciente, permaneça viva. Antes disso, porém, Newton formulou a lei da gravidade ao tentar alcançar um frasco de Tylenol sobre um armário de cozinha. O frasco caiu em sua cabeça e ele percebeu que tudo que está no alto tende a descer. Até aquele momento, as coisas permaneciam flutuando no ar.

Maria Antonieta, antes que tivesse sua cabeça decepada na guilhotina, tomou algumas gotas de Tylenol para sentir menos dor. Não se sabe se surtiu efeito. Décadas atrás, no auge da beatlemania, um grave erro pode ter sido a razão para a separação do grupo: A capa de Sgt. Peppers, entre apesar de trazer a imagem de figuras antológicas como Bob Dylan, Allan Poe, Lewis Carroll, Marlon Brando, Aleister Crowley, dentre outros, não trazia a imagem de um frasco de Tylenol. Resultado: anos mais tarde, Lennon foi assassinado, George Harrison morreu de câncer, Ringo Star ainda não sabe tocar bateria e Paul Macartney morreu em algum momento da história, sendo substituído por um sósia. Ah! Luan Santana também não estava na capa de Sgt. Peppers, talvez, por isso, seja vesgo.

Nos anos 80, a fórmula do Tylenol teria sido aperfeiçoada e, hoje, além de paracetamol, o remédio seria composto de lágrimas de Chuck Norris. Essa história não é muito confiável, uma vez que, é sabido por todos, Chuck Norris não chora, nunca. Apesar de todo o sucesso histórico do medicamento, Rubens Barrichelo nunca tomou Tylenol. Aliás, Rubens Barrichelo nunca tomou nada, nem vergonha na cara. Lula é outro. Sequer sabe o que é Tylenol, aliás, Lula não sabe de nada, nunca. Ainda assim, existe um projeto em andamento, já em fase avançada, para substituir todos os componentes da cesta básica por uma garrafa do tipo pet de 2 litros de Tylenol, e Dilma prometeu que, se ganhar a eleição, vai criar o Bolsa Tylenol, que dará direito a toda família de baixa renda – entendendo-se como baixa renda as famílias que recebem menos de 10 salários mínimos mensais – um frasco de Tylenol por dia. Toda a cura para todo o mal.

Nos últimos meses, o Tylenol tornou-se destaque na imprensa internacional. Colocado dentro do aquário ao lado de uma caixa de aspirina, o Polvo Paul escolheu o primeiro. Antes disso, Vanusa apareceu atropelando o hino nacional – não sei por que isso virou notícia se todo jogador de futebol atropela o hino nacional – depois de ter tomado Tylenol em excesso. Ao largar o Tylenol e imaginar ter alcançado a cura, houve um revertério: 3 semanas atrás a mesma Vanusa apareceu atropelando outra música – que devia mesmo ser atropelada de tão brega que era – e confundindo as letras de canções distintas. Mais surpreendente ainda foi a recente declaração de Luan Santana, que afirma estar utilizando Tylenol como colírio para curar seu estrabismo. Infelizmente, pesquisas recentes da Universidade de Harvard têm demonstrado que a vesguice deste “cantor” não tem cura, mas é possível fazê-lo calar a boca enfiando-lhe pela goela abaixo dois frascos de Tylenol. O frasco, não o remédio.

Nesta minha busca pela verdade, descobriu outros usos para o Tylenol:

Espinhela caída

Uma colher de sopa por dia.

Disfunção Erétil

Aplicar no local meia hora antes do uso da ferramenta.

Calvície

Um frasco por dia no couro cabeludo.

Frieira

Uma gota diária entre cada um dos dedos dos pés.

Miopia

Mil torneiras de Tylenol no olhos. Lembre-se que o estrabismo do “cantor” Luan Santana não tem cura.

Frigidez Feminina

Uma carteira cheia de notas de 100,00. O Tylenol não tem aplicação neste caso e, portanto, a a frigidez teminina não tem cura. Aliás, as doenças que não podem ser curadas por Tylenol são conhecidas como incuráveis.

Vício em Drogas

Tylenol na veia ou, então, mói-se alguns comprimidos de Tylenol e cheira-se o pozinho maneiro.

Espinha

Uma gota em cada erupção vulcânica.

Caspa

Meio frasco por dia no couro cabeludo durante uma semana. Mas, cuidado, o uso em excesso, neste caso, poderá causar crescimento de cabelo.

Peido

Incurável.

Soluço

Uma comprimido de Tylenol equilibrado sobre a testa por quinze minutos seguido de um susto do tipo: vou comprar pra você um CD do Luan Santana.

Suicídio

Tylenol todo dia pela vida toda.

Surdez

Tylenol no ouvido.

Gripe

Não se aplica. Está entre as doenças incuráveis.

Caxumba

Esperar descer para o saco e aplicar Tylenol no local. Entretanto, esta aplicação poderá causar priapismo e fazer com que o usuário comece a agir como o José Mayer.

Câncer de Próstata

Tylenol em comprimidos como supositório
Numbskull (front view)

Há, também, algumas curiosidades interessantes – se não fossem curiosidades, não seriam interessantes, e vice-versa: um pedaço de bife deixado dentro de um recipiente cheio de Tylenol por 24 horas é capaz de fazer o boi ressuscitar; 100ml de Tylenol misturados à gasolina de qualquer automóvel aumentam em 12,64% a eficiência do motor; Tylenol misturado a Omo deixa suas roupas mais brancas, inclusive as roupas vermelhas; o presidente Ahmadinejad quer enriquecer uranio para criar um medicamento mais poderoso que o Tylenol; José Mayer, quando é contratado para uma novela, exige que em seu camarim haja sempre 69 frascos de Tylenol disponíveis para seu deleite; o poema “Num monumento à Aspirina”, de João Cabral de Melo Neto, deveria se chamar “Num monumento ao Tylenol”, mas a Bayer ofereceu uma grana maior; o goleiro Bruno come Macarrão do molho de Tylenol; há registros de um frasco de Tylenol voando sobre as pirâmides egípcias, brilhante feito um disco voador; Michael Jackson bebia Tylenol em copo de requeijão, etc, etc, etc.

Eu ficaria aqui por uma eternidade, talvez duas, enumerando os milagres deste medicamento, contribuindo para o bem da humanidade, fazendo com que cada um dos meus poucos leitores entendam que há, sim, um elixir da longa vida mas, durante este tempo em que estou digitando, meus dedos começaram a doer. Vou tomar Tylenol.

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